domingo, 16 de setembro de 2007

O Libertino






Gênero: Drama
Duração: 114 min
Origem: Inglaterra
Estréia - EUA: 13 de Janeiro de 2006
Estréia - Brasil: 30 de Junho de 2006
Estúdio: Europa Filmes
Direção: Laurence Dunmore
Roteiro: Stephen Jeffreys
Produção: Lianne Halfon, Russell Smith, John Malkovich




Depois de criar uma galeria inesquecível de personagens esdrúxulos e inconformistas, Johnny Depp mergulha no campo do monstruoso no filme "O Libertino". O ator representa o poeta provocador e libertino do século 17 John Wilmot, conde de Rochester, que alcançou a fama literária apenas após sua morte, aos 33 anos, de sífilis e do abuso de álcool. O longa, filmado como se através de camadas de sujeira, adota abordagem totalmente diferente da de outros trabalhos de época, como por exemplo "Shakespeare Apaixonado". "Vocês não vão gostar de mim", promete Rochester no prólogo em que fala diretamente à câmera. O roteiro de Stephen Jeffreys, baseado na peça de sua autoria, não explica nem desculpa o comportamento do conde. Favorito na corte do rei Charles 2o. (John Malkovich, que representou o papel-título na estréia da peça nos EUA), Rochester aceita a encomenda de escrever uma obra literária importante para o rei. No lugar de pôr mãos à obra, porém, ele continua a dedicar seu tempo à bebida e ao sexo. Entre uma escapada e outra, troca farpas pornográficas com os escritores George Etherege (Tom Hollander) e Charles Sackville (Johnny Vegas). Ele sai um pouco dessa rotina de libertinagem quando vê a atriz principiante Lizzie Barry (Samantha Morton) ser vaiada fora do palco. Ela faz parte da primeira geração de mulheres a atuar no teatro, e Rochester decide convertê-la numa das grandes estrelas dos palcos londrinos. Conhecido por sua honestidade brutal, ele exige verdade das atuações de Lizzie, e a atriz obstinadamente independente, superando seus receios, cresce e aparece sob sua tutela. Ao mesmo tempo, torna-se a amante de Rochester, despertando nele uma paixão que ele só irá admitir quando for tarde demais. Embora seja capaz de ouvir com respeito os conselhos de sua prostituta favorita (Kelly Reilly), o conde trata sua mãe devota (Francesca Annis) com desprezo. As relações são mais complexas com sua esposa, Elizabeth (Rosamund Pike), que tem plena consciência de suas traições. Pike tem uma atuação comovente no papel de mulher cuja relação com Rochester começou na adolescência, quando ela foi raptada pelo conde, e que acaba cuidando dele com devoção.























John Wilmot: Permitam-me ser franco desde o começo. Não vão gostar de mim. Os cavalheiros sentirão inveja, as senhoras repulsa. Não vão gostar de mim agora e passarão a gostar menos com o tempo. Senhoras, um comunicado: estou à disposição, em tempo integral. Não estou me gabando ou opinando, é apenas uma constatação médica: eu sou promíscuo. E vocês me verão sendo promíscuo, e suspirarão. Não façam isso. É melhor para vocês verem e tirarem suas próprias conclusões à distância, do que eu enfiar meu pênis dentro de sua saia. Cavalheiros, não se desesperem. Também serei promíscuo com vocês. E portanto, vale a mesma advertência. Controlem suas ereções até que eu tenha uma última palavra. Mas quando fornicarem, e fornicarão, esperarei isso de vocês e saberei se me desapontarem. Desejo que forniquem com minha imagem em miniatura rastejando em suas gônadas. Sintam... como eu senti, como eu me sinto. E pensem: "Esse tremor foi o mesmo tremor que ele sentiu? Ele conheceu algo mais profundo? Ou existe uma parede de miséria na qual todos batemos a cabeça naquele momento luminoso e eterno?" É tudo. Este foi o meu prólogo. Nada rimado, nada de falsa modéstia. Espero que não queiram isso. Sou John Wilmot. Segundo Conde de Rochester. E não quero que gostem de mim.

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John Wilmot: E, finalmente ali ele jaz. O convertido no leito de morte. O devasso crente. Eu não sabia me conter, não é? Dê-me vinho, eu bebo tudo, seco a boca e jogo a garrafa vazia no mundo. Mostre-me Nosso Senhor Jesus em agonia e eu subirei na cruz, tirarei seus pregos e os colocarei em minhas mãos. Aqui vou eu, arrastando-me pelo mundo com minha saliva fresca sobre a Bíblia. Olho a cabeça de um alfinete e vejo anjos dançando. E então, gostam de mim agora? Gostam de mim agora? Gostam de mim... agora?

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John Wilmot: Every man would be coward if he has courage to be.
John Wilmot: Todo homem seria covarde se tivesse coragem para isso.

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John Wilmot: I will never forgive you for have taught me to love life.
John Wilmot: Eu nunca a perdoarei por ter me ensinado à amar a vida.


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The Libertine é a recriação da vida assaz interessante do Earl of Rochester, poeta e dramaturgo, um verdadeiro libertino chocando a sociedade inglesa na época de Carlos II e a Restauração (segunda metade do sec XVII). Mas ao invés de se aprofundar nos aspectos morais deste sarcástico de língua e pena afiada, ou nos costumes sexuais da época e deste hedonista bissexual, o filme é superficial, puxando para um tema romântico (por seu envolvimento com uma jovem atriz). Embora a recriação de figurinos e cenários seja excelente. O que carrega mesmo a película é a interpretação soberba de Johnny Depp.
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Fique atento: O filme é inapropriado para menores de 18 anos. Não por causa de cenas eróticas ou coisa do tipo; mas, sim, devido à temática e mensagem que o filme passa.
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Ao final, você aperta o botão "open up" enquanto reflete sobre o filme, avariado. Sente-se sujo e ridicularizado, mas a sensação é boa porque, pede por um progresso ou revolução, subjetivamente.

Merece o trailer: aqui.
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Ele não resistiu à tentação. Ele perseguiu-a.

3 comentários:

Unknown disse...

Ele foi um romantico mau compreendido*rindo*

Anônimo disse...

Gabriela,
gostei muito de seu "pequeno" blog, do jeito que vc abordou os filmes.
Imagino que você não tenha tido mais tempo.
Enfim, valeu!
Um abraço,
Renata

Unknown disse...

Esse filme é incrível sem dúvidas uma das melhores atuações do JD simplesmente amo esse filme